Há pouco mais de 16 anos, em 30 de maio de 2008, Gustavo Kuerten disputou sua última partida profissional ao ser eliminado na chave de duplas em Roland Garros. Na época, aos 31 anos, o tricampeão do Grand Slam de Paris já não suportava mais as dores no quadril, mesmo após ter passado por três cirurgias sem sucesso na tentativa de solucionar a lesão. Isso colocou um fim precoce na brilhante carreira do tenista brasileiro.
Desde então, a medicina esportiva avançou consideravelmente, especialmente nas intervenções no quadril, o que oferece aos atletas uma chance maior de recuperação. Hoje, Guga teria muito mais possibilidades de prolongar sua carreira.
– Principalmente no meu caso, específica a cirurgia que eu fiz, ela é um crime hoje. Mas, também pelo fato de um aprendizado ainda e da fase embrionária que era artroscopia do quadril e do procedimento para dentro do quadril (…) Hoje, que é o que antes se fazia, que era cortar o labrum, os caras dizem que é isso que vai gerar estabilidade. Foi o que aconteceu comigo e nem pensar (fazer isso hoje em dia). Tem, primeiro, dez alternativas paralelas que não são a cirurgia. Segundo, as cirurgias são muito mais eficazes. E isso traz uma nova realidade – explicou Guga, em entrevista divulgada em 2018.
Evolução dos procedimentos
Os procedimentos realmente evoluíram muito. Infelizmente para Guga, pouco depois de sua primeira cirurgia, na qual foi feita a remoção do labrum — uma cartilagem importante na região do quadril — um médico alemão revolucionou a medicina esportiva e as cirurgias de quadril.
Andy Murray passou por uma situação semelhante à de Guga. No início de 2018, o britânico precisou se submeter a uma cirurgia no quadril após tentar uma recuperação conservadora por seis meses sem sucesso. No entanto, diferentemente do brasileiro, a intervenção permitiu que o britânico continuasse nas quadras, anunciando a aposentadoria nos últimos dias após a disputa das Olimpíadas, em Paris.
