A Associação das Tenistas Profissionais (WTA) divulgou um comunicado interno direcionado a todas as jogadoras do circuito, com orientações e um apelo para maior cautela em relação a publicações nas redes sociais e declarações que possam ser consideradas ofensivas.
O comunicado da WTA foi motivado por episódios envolvendo a espanhola Paula Badosa e a polonesa Magda Linette, ambas acusadas de racismo por parte do público chinês.
Badosa gerou controvérsia ao postar uma foto durante um jantar em Pequim, na qual utilizava talheres orientais para simular olhos puxados. Esse gesto é considerado racista contra asiáticos e seus descendentes.
Outras situações já aconteceram no tênis
Situações semelhantes já ocorreram no tênis. Em 2017, o brasileiro Guilherme Clezar foi multado e advertido pela Federação Internacional de Tênis (ITF) pelo mesmo gesto durante um confronto contra o Japão na Copa Davis, enquanto discutia com um árbitro de linha.
Já Magda Linette enfrentou acusações de racismo após fazer referência à cidade de Wuhan, na China, conhecida como o provável ponto de origem do surto de COVID-19. A polonesa publicou no X uma foto de sua viagem de trem para Wuhan com a legenda: “O banco de dados do vírus foi atualizado”. Após críticas massivas, Linette apagou a postagem, mas foi recebida com frieza pelo público local durante sua estreia no torneio. Apesar disso, após vencer, ela aproveitou a entrevista em quadra para se desculpar.
No comunicado enviado ao final da temporada, a WTA ressaltou a importância de atenção, prudência e respeito por parte das jogadoras, com especial foco em suas manifestações relacionadas à China.
É relevante lembrar que, em 2021, a WTA enfrentou tensões com as autoridades chinesas após o desaparecimento da ex-número 1 de duplas, Peng Shuai, que havia denunciado um alto funcionário do Partido Comunista por violência sexual. Shuai reapareceu cerca de 40 dias depois, em registros divulgados pela mídia chinesa, mas o circuito feminino ficou suspenso na China entre 2021 e 2023.
Atualmente, a China é o maior investidor no tênis feminino, com aportes anuais de cerca de 12 milhões de dólares (aproximadamente R$ 72 milhões), reforçando a importância estratégica do país para a WTA.